Estação Arqueológica de S. Bartolomeu
INFORMAÇÕES
S. Bartolomeu não é apenas um amontoado de pedras enormes, graníticas, arrancadas do lagedo que há bem poucos anos revestia o campo de futebol e se dispersam nas suas proximidades, não é somente uma mata pitoresca, não é simplesmente o santuário de Meruge, a futura sala de visitas, com a sua Capela de 1900, de traça modesta mas significativa, dedicada ao padroeiro S. Bartolomeu. É ainda e principalmente o seu padrão histórico – o berço de uma civilização talvez milenária, tantos são os testemunhos que os nossos olhos contemplaram cheios de pasmo. De facto, toda esta área foi densamente habitada por civilizações evoluídas, provavelmente romanos, talvez visigodos, árabes ou moçarabes – ou por todos estes povos alternadamente. Lá estão as suas sepulturas, esculpidas no granito (uma de criança e cinco adultos), outras duas foram soterradas quando fizeram a terraplenagem para a construção dos balneários do campo de futebol. E há quem diga que mais algumas foram destruídas a tiros de pedreira. Como se fossem lavradas a escopro e cinzel por mestres de cantaria, foi-nos dado ainda a observar os degraus de duas escadas (a maior com cinco degraus), igualmente cavados no granito. Entradas de habitações de gente ilustre? Um antiquíssimo marco geodésico (vulgarmente talegre), já carcomido, é mais um marco a denunciar antiguidade: trata-se do mais belo exemplar que conhecemos. Nas proximidades, também esculpida no granito, aquilo que parece ser a infraestrutura de um lagar de azeite, ao centro e ao cimo, integrados na mesma peça, dois enigmáticos orifícios circulares. E junto a esse presumível lagar, uma infinidade de pedaços de telha grossa, alguns muito grossos, em tudo análogos a tégulas romanas presentes nalgumas estações arqueológicas e que tudo parece indicar serem restos de telhado. Nesse mesmo local foi encontrado um objecto um tanto análogo a uma mó.